Os ataques cibernéticos atingiram pelo menos três câmbios de criptomoedas na América do Norte, Europa e Ásia. De acordo com a investigação, entregue ao comite de sanções da ONU na sexta-feira (4), esses ataques têm se revelado decisivos para financiar os programas do regime norte-coreano.
O relatório cita estudo, divulgado no mês passado pela empresa de segurança Chainalasy, sugerindo que os ataques cibernéticos poderiam valer até US$ 400 milhões em ativos digitais aos cofres norte-coreanos, só durante o último ano.
O estudo revelou que os ataques recorriam a “phishing, explorações de código, malware e engenharia social avançada para desviar fundos das carteiras quentes, ligadas à internet dessas organizações, transferindo-os para endereços controlados pela Coreia do Norte”
Em 2019, as Nações Unidas concluíram que a Coreia do Norte tinha conseguido reunir US$ 2 bilhões para os programas nucleares e de mísseis balísticos com recurso a ataques cibernéticos sofisticados.
Desde 2006 a Coreia do Norte está impedida pelo Conselho de Segurança da ONU de realizar testes nucleares e lançar mísseis balísticos, apesar das pesadas sanções internacionais. As Nações Unidas consideram que o regime de Kim Jong-un está conseguindo desenvolver, com “aceleração acentuada”, infraestruturas nucleares e de misseis.
“Embora não haja relatos de testes nucleares ou lançamento de mísseis balísticos intercontinentais, a Coreia do Norte continuou a resolver a sua capacidade de produção de materiais nucleares”, adiantam os especialistas em cibersegurança citados no relatório da ONU.
Só no mês passado, de acordo com os Estados Unidos, a Coreia do Norte realizou pelo menos nove testes com mísseis. No domingo, Washington anunciou que o representante especial dos EUA para a Coreia do Norte estará reunido com as autoridades japonesas e sul-coreanas no fim desta semana para discutir a situação.
O relatório destaca também que a situação humanitária no país “continua a piorar”, possivelmente devido às restrições provocadas pela covid-19. Acrescenta, no entanto, que a grande escassez de informação não permite determinar a influência das sanções internacionais na vida da população.