Pela primeira vez, o Centro de Referência Paralímpico de Roraima (CRP-RR/UERR), em parceria com a Universidade Estadual de Roraima (UERR) e o Galpão do Moisés, realizou uma competição regional de halterofilismo paralímpico. A 1ª Copa Norte aconteceu neste sábado, 18 de outubro, em Boa Vista, reunindo atletas de três estados: Amazonas, Acre e Roraima, que competiram em classes de acordo com o peso corporal.
O evento foi realizado no Galpão do Moisés, localizado no bairro Aparecida, e marcou um importante passo para o fortalecimento da modalidade no Norte do país. A competição também serviu como preparação para o Campeonato Brasileiro de Halterofilismo Paralímpico, 2ª Etapa Nacional, que será disputado em São Paulo, em dezembro. O coordenador do CRP-RR/UERR, Vinícius Denardin, destacou a importância da Copa Norte como incentivo à competitividade e à inclusão esportiva na região.
“Temos muita dificuldade logística para sair do norte e competir em outros locais, pelo elevado custo e tempo, e a ideia da Copa Norte é justamente fortalecer isso. Queremos fazer com que os atletas da região possam se encontrar, competir e se desenvolver. A competição é essencial para o avanço dos atletas. Para o próximo ano, queremos realizar a segunda edição com mais categorias e estados participantes”, projeta.
O treinador dos atletas paralímpicos de Roraima, Moisés Alves, explicou as diferenças entre uma prova tradicional e uma paralímpica, além de destacar a dedicação dos competidores locais. “Na prova tradicional, os atletas conseguem estabilizar o corpo. Já no halterofilismo paralímpico, os competidores não movem os membros inferiores e precisam de estabilização com faixas e apoio especial. A dificuldade é muito maior. Nossos atletas treinam o ano todo, com muita dedicação, mesmo diante das dificuldades. Receber esse evento é motivo de muito orgulho, exige força de vontade e fé para fazer acontecer”, frisa.
Entre os destaques da competição, o atleta Randesson Fubika, de 37 anos, representou Roraima na categoria até 97 kg. Ele iniciou no halterofilismo paralímpico no ano passado, após um acidente de moto que afetou seus membros inferiores. Randesson levou o primeiro lugar após atingir o maior peso levantado pelos candidatos, com 132 kg. “O esporte pra mim é tudo. Eu sou profissional de Educação Física e tudo que conquistei foi por meio do esporte. Já participei do Campeonato Brasileiro, uma experiência incrível”, conta.
Ele comentou a vitória. “Foi uma sensação muito satisfatória, levando em consideração que eu vinha com alguns meses de um histórico de desconforto no ombro, uma lesãozinha, e já havia feito uma marca um pouco melhor em outra competição. Hoje, eu e o treinador Moisés resolvemos adotar uma estratégia mais conservadora, fizemos 132 kg para preservar um pouco mais pro Brasileiro que acontece em dezembro. Mesmo assim, conseguimos o primeiro lugar e eu atingi o maior peso da competição, então foi bastante satisfatório pra mim”, comemora.
Outro destaque foi o amazonense Rafael Xavier, de 26 anos, campeão da categoria até 88 kg. Nascido com mielomeningocele, Rafael iniciou no esporte com a natação e recentemente encontrou no halterofilismo uma nova paixão. “Eu já competia na natação e fiquei um tempo parado. Quando surgiu a oportunidade no halterofilismo, abracei de vez. Estar aqui em Roraima está sendo uma experiência incrível, o pessoal é muito receptivo”, relata. Consegui carregar o peso que eu tinha em mente, quebrei meu recorde pessoal e estou super feliz de levar esse resultado pra casa”, disse ao avaliar seu resultado.
A 1ª Copa Norte de Halterofilismo Paralímpico reforça o compromisso da UERR em apoiar o paradesporto e a inclusão social das pessoas com deficiência por meio de parcerias que incentivam o desenvolvimento humano e a integração regional. Além da Universidade Estadual de Roraima, o evento contou com o apoio do deputado estadual Marcinho Belota e da empresa Amazônia Imóveis.
