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25 de abril de 2024 4:15 AM

Exposição

Exposição busca desmitificar preconceito contra povos indígenas

Foto: Eduardo Andrade
A mostra, promovida pelo Centro de Apoio e Assuntos Indígenas da ALE-RR, contou com a confecção de artesanatos, pintura corporal, grafismos e panfletagem
SupCom / ALE-RR
Em 21 de abril de 2022

Desmistificar o pensamento errôneo e preconceituoso que a sociedade tem sobre o modo de vida dos indígenas foi o principal objetivo da exposição alusiva à passagem do Dia dos Povos Indígenas, evento promovido pelo Centro de Apoio e Assuntos Indígenas do Programa de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), que tem como presidente a deputada Lenir Rodrigues (Cidadania).

A exposição reuniu trabalhos das etnias Macuxi, Wapixana e Wai-Wai e foi realizada na tarde desta quarta-feira (20) no Pátio Roraima Shopping. A exibição contou também com a confecção, em tempo real, de artesanatos, pintura corporal, grafismos e panfletagem.

“A ideia do nosso projeto é repassar para a sociedade que nós, povos indígenas, estamos em todos os espaços, repartições públicas e privadas, lavrados, serra, mata e rios”, disse Jucileia Teixeira da Silva Gomes.

Ela explicou que as pessoas que desconhecem a realidade dos indígenas criaram adjetivos pejorativos que ferem a dignidade humana, um direito constitucional de todos os cidadãos, sejam índios ou não índios.

“O índio não é somente aquele que vive na comunidade. Quando venho para cidade estudar e buscar melhoria eu não deixo de ser índia, por mais que eu me forme, use relógio, carro, continuarei sendo índia. As vestes para nós não interessam. A nossa identidade está na alma, no coração”, acrescentou.

A exposição contou com fotografias de indígenas que já conquistaram espaços na sociedade. Durante a mostra, os indígenas faziam artesanatos e pinturas corporais na população que visitava o espaço.

Aos 69 anos, a indígena Wapixana Camila Maria dos Santos, se dedica ao artesanato desde criança, de onde tira parte do sustento. Ela conta que a arte a deixa em um estado de tranquilidade.

“Aprendi com meus pais, quando minha mãe era viva ia com ela para beira do rio juntar sementes. Ela me ensinava a fazer colar, pulseira, cocar e brinco. Ficou feliz fazendo o artesanato, ensinando meus netos, ganhando nosso dinheiro. Quando estou fazendo isso esqueço de tudo, da briga com o marido, das coisas tristes”, afirmou.

Turista em Roraima, a empresária Graciela Lopes, do Rio de Janeiro, posou para foto com o cocar e não escondia a alegria de conhecer a cultura indígenas do Norte do país. “Estou maravilhada. Há muito tempo queria conhecer essa cultura indígena e está sendo uma experiência muito boa. Sou apaixonada pela Amazônia e por essa cultura. Apesar de ser branca sou descendente de indígena e amei a exposição”, disse com o sorriso estampado nos lábios e no olhar.

A professora Roseli Fernandes aproveitou para fazer uma pintura no braço. “Eu sou apaixonada pela cultura indígena. As pessoas deveriam valorizar muito mais os indígenas, porque é a origem do povo brasileiro. Uma cultura que não se perdeu em Roraima e cada etnia tem sua cultura e seu valor”, analisou.

O agente de trânsito Lourival Patrício também prestigiou a exposição e disse que é preciso respeitar mais os direitos dos índios. “Igual nós temos direitos, eles também têm. Tem que respeitar”, disse.

A dona de casa Marli Filgueiras de Freitas estava a passeio no shopping e se encantou com a exposição. “Passei, olhei e fiquei curiosa para saber mais. A gente vê o índio como morador do mato, caçador, mas eles têm uma cultura diferente e lugar deles na sociedade”, ressaltou.

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